O novo melhor

22 / 10 / 2020

O novo melhor
O planeta pede socorro e somos nós os protagonistas dessas respostas. Estamos todos conectados e é a atitude de cada um de nós que irá transformar o mundo. Entenda como essa narrativa permeia as decisões de empresas globais como L’Oréal, Ambev e Grupo Bimbo e de que forma o Pacto Global da ONU acompanha as iniciativas do setor privado na busca pela retomada verde e pela transformação dos negócios não em um novo normal, mas em um novo melhor.

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suas parcerias e projetos de sustentabilidade

“O mundo inteiro e o ser humano têm um nível de arrogância gigante. Um micro vírus e o mundo parou. Qualquer seja a política do país, das empresas, do ser humano, fomos todos impactados. É uma lição de humildade que nos mostra que somos e estamos interconectados. Não tem a natureza e o homem, tem a natureza que fala com o homem. A gente está destruindo a natureza. Hoje é o covid, amanhã vai ser o que? Acho que temos que nos lembrar dessa grande lição de humildade e parar de pensar que somos isolados. O setor privado e o governo têm um papel importante, mas as pessoas também. A gente precisa do planeta para viver. Se tem um legado que temos que carregar em cada célula do nosso corpo é que somos um ecossistema interconectado. Precisamos ser humildes porque tudo pode colapsar de um dia para o outro. Por outro lado, temos que ter também o protagonismo. Posso ser pequeno, mas tenho o poder de ser catalizador de mudanças. Precisamos respirar essa convicção para construir o mundo de amanhã. Gostaria que o legado desse período fosse a humildade, saber que somos interconectados e que é isso que nos puxa a ser protagonistas do mundo que a gente quer e precisa”.
A fala de Maya Colombani, Diretora de Sustentabilidade da L’Oréal Brasil, revela a essência do terceiro dia de debates do Sustainable Talks, promovido pela Scania. Ao lado da executiva, Carolina Pecorari, Diretora de Sustentabilidade e Tecnologia em Compras da Ambev, Karina Fogel, Diretora Global de Comunicação do Grupo Bimbo, e Marcelo Linguitte, Head de Parcerias Estratégicas e Mobilização de Recursos da Rede Brasil do Pacto Global da ONU, compartilharam como têm dado a sua contribuição para os novos modelos de negócios dentro do conceito de retomada verde.
E se o assunto é legado, não há dúvidas de que todos esses líderes veem de perto a realidade do setor privado se transformar para também transformarem o segmento em que atuam, o mundo e a sociedade. Tudo começa pela mudança na forma de pensar e agir.
“A gente se envolve com o tema sustentabilidade desde quando não éramos ainda a Ambev, mas a cervejaria Antártica. Nos últimos anos, começamos a agir com mais consciência, desde o agricultor que planta a cevada, passando pelo produtor de caju, nossa nova matéria-prima, aos funcionários e também consumidores. Entendemos que somos parte desse ecossistema e que temos que transformá-lo. Por isso a sustentabilidade se tornou fundamental. Tem uma frase do nosso CEO que sempre me lembro: ’a sustentabilidade não faz parte do nosso negócio, ela é o nosso negócio’. Sem dúvida isso a gente vê em todas as ações da nossa companhia. Temos metas de sustentabilidade desde 2010, mas eram muito para dentro do muro. Até 2017 olhávamos para as nossas operações, reduzindo o consumo de água, energia elétrica, emissão de CO2. A partir de 2018, ajustamos nossas metas olhando mais para a nossa cadeia e não só para dentro de casa”, conta Carolina Pecorari, Diretora de Sustentabilidade e Tecnologia em Compras da Ambev.
Dentro e fora de casa
Nessa busca de oportunidades de levar a sustentabilidade para fora dos muros, a empresa encontrou maneiras de impactar de forma positiva toda a cadeia que envolve suas operações. “Um exemplo é o uso da energia solar em nossos centros de distribuição, que passamos a oferecer para os nossos pontos de vendas. Começamos em Minas Gerais e estamos com um plano de expansão para outros estados do Brasil, visando a redução do consumo na conta de energia elétrica desses parceiros de vendas”, explica Carolina.
Esse olhar também permeou as decisões da Bimbo durante a pandemia em sua unidade do México, onde está Karina Fogel, Diretora Global de Comunicação do Grupo. A empresa, assim como a Scania, integra um setor que não parou durante a pandemia. Ao contrário, o segmento de alimentação precisou acelerar suas operações e iniciativas para ajudar a sociedade durante o período. “Somos parte da indústria de alimentos, considerados uma indústria essencial. No início do ano, tivemos que mudar tanto o processo de produção dos produtos como as formas de distribuição para que eles chegassem aos nossos clientes. De uma hora para outra tivemos que implementar medidas mais restritas para mais de 154 mil colaboradores da empresa em todo o mundo e assegurar um espaço de trabalho seguro a eles e garantir que não faltasse nada para nossos clientes, sempre na segurança em primeiro lugar. Por outro lado, tínhamos que garantir que não faltasse matéria-prima para a produção dos nossos produtos”, relembra Karina.
Além disso, outras importantes iniciativas foram colocadas em prática e mostram como a Bimbo tem contribuído para a geração de valor e para a sustentabilidade dos negócios. “Apoiamos mais de 1 milhão de pequenos comerciantes no México a manterem seus negócios por meio de diferentes formas, seja com material de proteção, doação de máscaras, materiais de limpeza e higienização ou apoio financeiro. Existe no México um crédito que damos aos clientes, ampliando essas facilidades para que seus negócios subsistam e milhões de famílias que dependem de seus comércios possam sobreviver”, destaca Karina. ”A sustentabilidade está no propósito de construir uma empresa altamente produtiva e permanentemente humana. E fizemos isso nos aproximando desses comerciantes, de nossos consumidores e de suas famílias”, completa
Novo olhar para o mundo
Marcelo Linguitte, Head de Parcerias Estratégicas e Mobilização de Recursos da Rede Brasil do Pacto Global da ONU, vê essas e todas as atitudes das empresas que têm a sustentabilidade como pilar estrutural com bons olhos, especialmente por acompanhar de perto as mudanças organizacionais impulsionadas pela pandemia. Para ele, a Covid-19 veio desafiar a maneira como os negócios têm sido feitos. “Esse novo futuro realmente vai ser construído de forma diferente não só pelas empresas, mas pela sustentabilidade. Ainda não dá para saber como ele será construído, quero acreditar que os efeitos positivos dessa grave pandemia e crise tragam uma mudança de consciência para as empresas aceleraram seus processos. A pandemia questiona a forma como nós vivemos hoje e não só como consumimos ou fazemos política, mas a sociedade como um todo. Ficou muito claro nesse período que as mudanças mais significativas na sociedade não vão ser atingidas de forma individual, ou seja, não é só o governo ou as entidades e iniciativas privadas, é preciso um trabalho conjunto. Atuar de forma coletiva é o que traz resultado”, ressalta Marcelo.
Somos todos um
É esse trabalho protagonista e colaborativo que nos torna mais humildes para entender que estamos todos interconectados e que somos um planeta só, como bem instigou Maya Colombani em sua fala. E ela complementa com um discurso ainda mais reflexivo e inspirador: “Existe um sentimento de emergência. Muitas pessoas não se dão conta dos desafios que temos para conter o desaparecimento do nosso ecossistema. Temos que utilizar esse alerta para acelerarmos essa transformação. O futuro está em nossa frente e nas nossas mãos. Que possamos mudar maneira de trabalhar, buscando o impacto positivo. Usar o poder para o bem é um dever quando você está no setor privado. Ninguém é bom e perfeito em sustentabilidade e a gente ainda tem tanto a fazer. Temos que ter protagonismo constante sem nunca desistir de melhorar”, reflete. E ainda encerra com a frase do francês Jean Cocteau: “Ele não sabia que era impossível, foi lá e fez”.
É no que Karina também acredita: “Não existem esforços pequenos, todos são importantes. Que as empresas sigam apostando em inovação. Há um longo caminho pela frente. Que possamos nossas comunidades, os mais necessitados, e compartilhar conhecimentos com as novas gerações. Temos um enorme compromisso e não podemos parar no meio do caminho para deixar um mundo melhor a essas gerações e a nós mesmos”, conclui.
No segmento de transportes, esse caminho já está sendo liderado pela Scania desde que a marca lançou sua Nova Geração de Caminhões. Assim como outros setores, a empresa também revisou sua forma de fazer negócios e segue tendo como propósito de ser ativamente parte da transição para um sistema de transportes mais sustentável. Afinal 14% das emissões de CO2 no planeta vem do transporte de mercadorias. “Como empresa, achamos que a pandemia intesificou muito a busca das companhias pela sustentabilidade, a chamada retomada verde. O mundo está se transformando e o nosso setor vê cada vez mais essa transformação acontecer. Os nossos embarcadores estão inspirando transportadores. E nós, como Scania, queremos e somos parte da solução”, comenta Roberto Barral, Vice-Presidente das Operações Comerciais da Scania no Brasil.
Além da Nova Geração, que já é responsável por grande parte das quase 120 mil toneladas de CO2 a menos na atmosfera, e dos novos caminhões a gás recém-lançados e entregues ao mercado, a Scania também teve suas metas globais de sustentabilidade aprovadas pelo Science Based Target, o que representa uma conquista importante na jornada de sustentabilidade da marca para construir um transporte ainda mais limpo e um novo melhor para o Brasil e o mundo.

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