Caminhos que se cruzam, amor que se conquista

11/06/2020

Caminhos que se cruzam, amor que se conquista
A história de Elton e Ana Claudia Takashina vai inspirar você. Amor, cumplicidade e parceria não faltam na vida desse casal que, com persistência e paixão por caminhões, segue realizando sonhos no transporte e na vida.
Foi amor à primeira vista. E à segunda também. Elton Takashina conheceu Ana Claudia antes mesmo de ter o seu primeiro caminhão. Ainda muito jovens, eles nem imaginavam que de uma troca de olhares e da paixão por caminhões e pelo mundo do transporte nasceria uma linda relação de amor, cumplicidade e parceria. Mais do que isso, nasceria uma família.
Tudo começou quando Elton foi trabalhar com o pai de Ana Claudia como motorista do caminhão do futuro sogro. “Conheci o pai da Ana por conta do transporte. Viajei com o caminhão dele, ainda não tinha o meu próprio veículo. Isso foi logo que comecei a minha carreira ao volante, eu tinha 19 anos. Depois consegui comprar o meu primeiro caminhão, com a ajuda dos meus pais. E dali em diante a carreira na estrada só prosperou”, conta Elton, hoje com 35 anos.
Cinco anos se passaram e, graças ao “empurrãozinho” da família para que ele comprasse seu próprio caminhão, Elton teve também a chance de reencontrar Ana Claudia. Ela trabalhava com o pai em um posto de gasolina em Apucarana, no interior do Paraná – onde o casal vive atualmente - e foi ali que ele passou a abastecer o veículo (e, diga-se de passagem, o coração também). “Eu ia no posto abastecer e ela estava trabalhando no caixa. Às vezes passava lá, ficava ali por perto, só para vê-la. Até que um dia, um amigo meu que também é motorista e conhecia a família dela falou para mim que ia conseguir o telefone dela. Eu esperei no final da tarde, liguei para ela e a convidei para sair. Ela aceitou. E devagarzinho fui ‘amansando a fera’ e conquistando a Ana”, brinca.
“Ele falava que pagava mais caro no combustível só para poder me ver”, diverte-se Ana, que se deixou ser conquistada pelo japonês, como Elton é conhecido. “Ele foi me ganhando aos poucos. Quando começamos a namorar, ver a paixão dele por caminhão e o orgulho que ele tem da profissão me contagiou. Hoje, tenho muito orgulho dele, de quem ele é e do que ele faz porque sei que ele faz por amor. O que mais me conquistou foi a persistência. Ele me ensinou a amá-lo”, conta.
Um altar de sonhos
Esse amor não parou de crescer. Em 2012, eles se casaram e Elton conseguiu comprar seu primeiro caminhão zero km. Saíram da cerimônia na igreja direto para a boleia. Deram uma volta pelo centro da cidade. Mas também já prepararam a construção da casa para receber um dos sonhos de infância: o famoso jacaré Scania. “Desde que começamos a namorar ele fala que o sonho dele é ter um 110. Mas a vontade dele era que o caminhão ficasse na garagem, para usarmos só quando fôssemos passear. Eu até brincava durante a construção da nossa casa que em primeiro lugar vinha a garagem e no que sobrasse de espaço faríamos o restante da casa”, diz Ana.
E é claro que o casal realizou esse sonho. O primeiro de muitos outros que ainda vamos contar por aqui. Mais uma vez, caminhos que se cruzaram na vida de Elton. “Estávamos em uma viagem de lazer, fomos para o litoral, e na volta pra casa compramos o caminhão, o tão sonhado 110. No meio do caminho, o pneu furou, mas ele nem reclamou de ter que parar para trocar de tão feliz que estava. Era o sonho da vida dele! A partir daí ele começou a arrumar o caminhão para ficar do jeitinho que ele sempre quis”, detalha a esposa.
Miniaturas de amor
Dois anos depois, outro amor preencheu a vida do casal: Nicole, hoje a filha mais velha. É dela a carroceria de uma das três réplicas em madeira que o pai, apaixonado pela pequena, pela esposa e por caminhões, mandou fabricar para eternizar, ainda mais, seu amor pelo modelo. “Mandei fazer as réplicas de madeira. Duas ficam guardadas com as miniaturas que coleciono e uma eu tirei para brincar com as crianças. Carrego a Nicole desde os seis meses. Ela deita na carreta e eu puxo o caminhão pela casa”, explica Elton.
Hoje, aos 6 anos, Nicole deu seu lugar na carroceria da réplica para a irmã mais nova, Liz, que com apenas cinco meses já se diverte nas aventuras do papai. Mas ao mesmo tempo, divide a boleia do jacaré com a mana: enquanto a pequena se acalma e dorme ao passear e ouvir o ronco do motor, Nicole aproveita para dar umas voltinhas com o pai e até pede para ele levá-la na escola a bordo do icônico 110.
“A Liz dorme dentro do jacaré. Às vezes ela está chorando, a gente a coloca no bebê conforto e sai para dar uma volta. Ela dorme, se acalma. Não sei se é o barulho ou o balanço, mas ela adora. E a Nicole pede para ir na casa da avó de jacaré, para ir para a escola, ela adora andar de caminhão. Para ela é a melhor coisa do mundo. Já teve até mãe de coleguinhas da Nicole que me pediram se o Elton poderia dar uma volta com o filho de tanto eles admirarem por ela falar do caminhão do pai na escola”, conta Ana, orgulhosa.
Além dessas lindas memórias afetivas que o casal tem construído na vida das filhas, eles também fizeram questão de registrar a gestação da Liz junto ao “terceiro filho”, o jacaré. “Quando nós casamos, saímos da igreja de caminhão. Na véspera da Liz nascer, a Ana quis fazer as fotos de gestante no Scania. Eu embarquei na ideia”, diz Elton.
Viver o sonho do outro também é sonhar
Da mesma forma, Ana também embarcou, um ano antes da chegada da Liz, no segundo sonho de infância do marido: comprar um Scania 113. “Depois que conseguimos comprar o jacaré, ele colocou como meta comprar o 113. Ele queria muito o 113 bicudo, topline azul. Ele gosta dos clássicos porque ele fala que é o que conta a história de verdade”, destaca.
“O 113 era um sonho da minha vida. Eu me lembro da propaganda do 112 em 1994, eu ainda era criança. A foto que aparecia era de um caminhão azul. Eu falava para o meu avô: ‘vô, é um desses aí que eu vou comprar’. E na verdade foi um até melhor, que foi o 113”, lembra Elton.
Aliás, foi do avô que veio a admiração pelo transporte. “Desde criança sempre gostei de caminhão. Na minha família acho que tivemos outros motoristas, mas não cheguei a conhecer. Talvez um parente distante, mas no núcleo mais próximo não tinha ninguém. Meu avô é que teve um sítio e entregava ovo com uma caminhonete pequena. Ele escoava a produção da granja para cidade e eu andava com ele para todo lado. Acho que foi assim que me apaixonei pelo transporte”, pontua.
E põe paixão nisso! É no volante do Scania 113 – e ele não abre mão disso, mesmo tendo outro caminhão mais novo, o primeiro zero km que comprou assim que se casou com Ana – que ele trabalha transportando carga seca na região Sul e em algumas cidades como Brasília, quando surge demanda. “Já tem um ano que estou trabalhando com o 113. O caminhão é muito bom de dirigir, uma delícia, super macio, a cabine tem suspensão a ar e você ainda viaja escutando o barulho do motor. É um prazer escutar o ronco do motor de um caminhão desses. O jacaré fica guardado e nos finais de semana que estou em casa, a gente passeia nele em família. Saímos para almoçar, viajar, participamos de encontros de carros antigos. São sonhos! Não adianta querer guardar tudo, temos que realizar sonhos e viver o hoje. Sonho é um plano para o futuro. Hoje, temos que tentar viver o presente mas pensar no futuro também”, relata o motorista.
Um futuro cheio de conquistas, amor, parceria e entrega, um pelo outro. Um futuro com brilho nos olhos, o mesmo brilho que fez a compra do Scania 113 acontecer. “O Elton brinca que para escolher caminhão tem que ser amor à primeira vista, o olho tem que brilhar”, conta Ana Claudia. Mas parece que a regra não vale somente para o trabalho, como para a vida também.
“Não é só por um fator que a gente se apaixona. Tudo contou: ela é de uma boa família, é linda, uma pessoa muito simples, simpática, compreensiva, companheira. Ela é tudo pra mim. E foi por isso que a nossa relação deu certo. A Ana é uma guerreira. É ela quem cuida da minha vida, da nossa casa e nunca me deixa desamparado em nada. A gente tem que valorizar muito isso e a família que temos”, declara Elton. “E se lá em casa posso ter como prioridade manter o caminhão certinho, pois é o que amo fazer e é de onde tiramos o nosso sustento, é também graças a ela. Tudo fica ainda mais fácil por causa da Ana”, conclui.
Ah se esse texto tivesse o poder de se transformar instantaneamente em imagem... Com certeza veríamos muito brilho nos olhos, amor e muita cumplicidade neste casal que, melhor do que ninguém, sabe bem como é quando os caminhos (e os olhares) certos se cruzam.

Comentários

Vanessa /Marcelo:

O que dizer de vcs, pessoas que guardamos do lado esquerdo do peito, só pedimos a Deus que continue abençoando vcs três, que essa Princesa Do Senhor venha pra trazer mais alegria a vida de vcs. Nos sentimos muito felizes de termos dado o primeiro empurrãozinho kkkkkk. Amamos vcs

Bia e Tulio:

Parabéns Valqui­ria e Thiago! Casal top! Laura está vindo abençoar mais ainda a vida de vocês! Sucesso! Grande abraço!

Luciana:

Tenho a honra e o privilégio de conhecer esse dois, de ter ouvido a Ana dizer "estou construindo um amor" quando o japonês surgiu na vida dela. Uma história linda!

Mario Takashina:

Com orgulho, este é meu sobrinho "CAMINHONEIRO" profissional. Família linda e exemplar.

Douglas Pires Pereira:

Olá Jornada Scania , que matéria linda, enquanto lia esses trechos me recordava enquanto garotos a admiração pura e " Bruta" desse nosso amigo Yoshi (o Japonês), falo pra vocês também o que já falei pra ele " Não conheço e duvido que vou conhecer alguém mais apaixonado pelo que faz "e ele brinca dizendo "e me pagam pra fazer isso" ... Inspiração... Os professores já sabiam do amor dele e o desafiavam a identificar qual o bruto estava passando na rua ao lado da escola pelo som do motor,e todos corriam pra janela após a resposta, e claro a resposta era sempre certa, as vezes ele errava a cor do caminhão (rs rs rs)... so me resta admiração por esse japonês...

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